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VÍDEO: o desafio de ajustar programação e tempo adequados das crianças na internet

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Fotos: Pedro Piegas
Por mais segurança, Gabriela, 11 anos, e Júlia 4, têm acesso à internet controlado pelos pais

Em pesquisa realizada entre 2019 e 2020, a TIC Kids Online Brasil, pesquisa que mede o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) revelou que, atualmente, 24,3 milhões de crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos estão conectados à internet no país, número que representa 86% do total. 


Em tempos de distanciamento social, cresce a atenção dos responsáveis em relação ao que os filhos acessam na rede. Nesse sentido, o estudo mostrou que 80% conversam com os filhos sobre o assunto. Neste cenário, 77% ajudam na correta utilização.

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A educadora especial Vânia Mello é mãe de Gabriela, 11 anos, e Júlia, 4. As meninas adoram passar tempo em frente às telas, principalmente do celular. A caçula assiste a vídeos pela internet desde antes dos 3. Gabriela começou a usar celular neste ano. 

- A Gabi sempre teve outros interesses, como leitura e dança. Acho que é por isso que não sente tanta falta do celular. Quanto mais tarde a criança tem contato com a internet, menos se vicia - pondera Vânia.

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Com a quarentena, Gabriela ganhou um celular do avô para acompanhar melhor às aulas, já que a mãe usa o celular pessoal e o notebook para trabalhar. 

Gabriela, que está no 6º ano do Ensino Fundamental, tem horário fixo, estipulado pela mãe, para realizar as tarefas escolares, à tarde. 

- Ela gostou das aulas a distância no início. Mas, agora, já está cansando devido à grande quantidade de atividades - comenta Vânia. 

Gabriela tem uma perda de visão acentuada em um dos olhos. Devido a isso, foi instruída pelo médico oftalmologista a não passar tanto tempo em frente a telas digitais. Para ajudar, os pais imprimem a maior parte dos exercícios. Ela usa o notebook para digitar as respostas e devolvê-las aos professores.

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SEMPRE ATENTOS
A mãe não estipula horários fixos para as filhas utilizarem os aparelhos, mas fica atenta. 

Para driblar a saudade dos amigos durante a quarentena, Gabriela e um grupo de colegas jogam Uno virtualmente. 

- O horário combinado é ao final da tarde. Às vezes, ela deixa de utilizar o celular de manhã, como de costume, para jogar mais tarde. Fazemos essa troca. No horário alternativo, ela realiza outras atividades, como ler e brincar com a irmã - explica a mãe.

A primogênita tem acesso à internet, no máximo, até o início da noite.

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LIMITES
Como tantas outras crianças, segundo a mãe, a caçula chegava em restaurantes ou em outros ambientes e pedia o celular incessantemente. 

- Percebemos a necessidade de mudar aquela realidade. Hoje, a nossa filha só recebe o celular quando o pai chega do trabalho. Ela até quer ser youtuber (risos). Quando o jeito de ela falar começou a ficar diferente da educação que lhe passamos, decidimos conferir os vídeos que ela assistia. Ela acompanhava uma youtuber que tinha um comportamento grosseiro com os pais. Sem saber disso, a deixávamos acompanhar o conteúdo, já que tinha apenas crianças. Sorte que vimos logo no início - lembra Vânia.

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CONTROLE
Com tanta informação de fácil acesso no mundo digital, os cuidadores entendem que medidas precisam ser tomadas a fim de garantir a segurança das crianças e dos adolescentes. Na casa de Vânia, por exemplo, tudo o que a filha Gabriela acessa fica no histórico do celular da mãe. A menina é ciente das regras e entende que obedecer é para o bem dela. Mesmo a pequena, quando percebe que o canal indicou canais contraindicados pelos pais, prefere seguir à risca as condições. Afinal, não quer perder o celular, conforme a educadora especial.

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SEGURANÇA VIRTUAL
Os controles dos meios digitais para crianças e adolescentes são diferentes, menciona o jornalista e mestre em Comunicação Midiática Maurício Dias. Ele deixa claro que é muito fácil para um adolescente tirar restrições digitais acionadas pelos pais. Ele orienta que os responsáveis decidam pelo diálogo que leva à conscientização dos perigos da internet: 

- Se necessário, monitore a distância. O sentimento de invasão incomoda o jovem e pode ser um empecilho em situações assim. Alerte a respeito do conteúdo indevido, como discursos de ódio e pornográfico. Há, ainda, a compulsão, um outro apelo das redes.

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QUANTO TEMPO?
A quantidade de horas à frente das telas é outro fator a ser contemplado no quesito segurança nas redes. Passar muitas horas na mesma atividade pode ser prejudicial à saúde mental. Segundo Maurício, o limite entre entretenimento, educação e relacionamentos com amigos e família pela internet é tênue e difícil de monitorar. 

Alguns aplicativos controlam o tempo de uso do aparelho, como o Forest. Este aplicativo, disponível na Google Play e App Store, é quase um game, conforme Maurício. Nele, uma plantinha é criada e cresce conforme o usuário fica distante do celular. Além disso, a pessoa pode registrar o tempo em cada atividade. Com o passar das horas, um jardim é formado. Em algumas redes sociais também é possível ter o controle na plataforma, como o Instagram.

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- É importante estipular horários para o uso dos aparelhos. Períodos próximos a hora de dormir devem ser evitados. A luz da tela, mesmo configurada para noturna, e as atividades, como jogos, podem atrapalhar o descanso. Só o fato de terem inúmeras fases e missões a serem cumpridas estimulam o vício - diz o jornalista. 

Professor de mídias digitais, Maurício acredita que, para crianças pequenas, o controle do tempo na internet e na televisão é saudável e aconselhável: 

- Há como criar um login só para a criança. Assim, quando ela acessar o computador, não terá acesso a documentos de trabalho. Já no celular, é mais difícil de ter este tipo de cuidado e restrição, tornando o perigo ainda maior.

NO DISTANCIAMENTO

Especialistas dão dicas para os responsáveis reforçarem a segurança virtual 

CRIANÇAS

  • Dialogue e compartilhe anseios e expectativas quanto ao momento atual com a família toda 
  • Aproveite para reforçar a rotina alimentar de forma saudável e segura 
  • Promova atividades lúdicas de modo educativo em relação à pandemia, evitando medo e conflito às crianças 
  • Escolha brincadeiras fora do foco eletrônico, explorando a imaginação infantil, desenvolvendo as capacidades cognitivas dos pequenos 
  • Atividades que requerem movimento são de suma importância para o desenvolvimento da motricidade 
  • É possível criar um login só para a criança no computador ou em outros dispositivos, evitando possíveis danos a documentos importantes 
  • Também há como criar um cadastro no navegador da internet e na Netflix, indicando o uso por crianças. Alguns conteúdos serão restringidos automaticamente

ADOLESCENTES

  • Organize as tarefas domésticas de acordo com as idades, estabelecendo rotinas e horários 
  • Estabeleça horários para assistirem a filmes juntos. Criar um ambiente especial para o programação, fará com que se sintam prestigiados 
  • Aplicativos, como o Forest, controlam o tempo que o usuário fica no celular 
  • Estipule um horário limite para o uso do celular à noite, evitando o momento antes de dormir, principalmente de jogos. Entretenimento nestes horários tendem a prejudicar o sono 
  • O uso exagerado das tecnologias pode, além de estimular comportamentos indesejados, prejudicar a saúde mental 
  • A conversa sincera sobre os conteúdos e formas de navegar são o melhor controle para adolescentes 

Fontes: Beatriz Penna Pivetta, psicóloga clínica, Maurício Dias, jornalista e mestre em Comunicação Midiática, e Vânia Mello, educadora especial

*Colaboraram Wederlei Pires e Gabriele Bordin

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